Com a situação da pandemia do Covid-19 controlada no Brasil, a população agora mira os cuidados na varíola do macaco, doença que já apresenta casos em alguns países da Europa e até em países vizinhos, como a Argentina.
Para conversar sobre o assunto a Rádio Massa FM trouxe, na manhã da última sexta-feira (27), ao programa Microfone Aberto, com André Spínola, a médica infectologista de Curitiba, Camila Lopes.
Segundo a médica, embora as atenções dos casos recentes estejam vindo dos macacos, o contágio também é feito de outras formas. “Foi dado esse nome [varíola do macaco] porque foi descoberta numa colônia de macacos, mas ela pode ser transmitida por roedores também. Ela é uma zoonose, então passa de animal pra humano, mas ela é endêmica em certos países da África Ocidental, Central, onde tem bastante casos, mas também vieram muitos casos em áreas não endêmicas como Europa e América do Norte”, afirma a infectologista.
Tranquilizando os ouvintes da Massa FM, Camila Lopes afirma que os casos recentes têm assustado o mundo, mas acredita que não seja algo proporcional ao novo coronavírus. “Assusta um pouco essas lesões de pele, mas felizmente a monkeypox ou a varíola do macaco, que está se falando muito agora essa semana, ela é bem menos transmissível que a varíola humana. É bem menos grave, então isso acaba nos deixando um pouco mais tranquilos. A gente acredita que não vá virar uma pandemia como a covid-19”, disse a médica, lembrando que alguns pacientes precisam de um cuidado maior. “A gente acredita que naqueles pacientes imunossuprimidos, ou seja, criança, idosos ou pacientes transplantados… Essa seria uma população mais delicada”.
A médica também explicou que a transmissão ocorre da mordida de esquilos, rato e alguns macacos, mas também de humano para humano e de animal para humano. “Tem a transmissão de humano pra humano, que pode ocorrer através de umas gotículas respiratória que estão pelo ar ou contato próximo também com as lesões de pele. Com o material da lesão a gente precisa de um contato mais íntimo… mais de três horas de contato com a pessoa. A transmissibilidade de pessoa pra pessoa é bem baixa”, avalia.
Com a baixa letalidade da doença, Camila explica que, geralmente, o tratamento é baseado nos cuidados de suporte. “Geralmente os pacientes têm uma doença leve e se recuperam sem nenhum medicamento específico. Pode ter algum caso de desidratação, enjoo, vômito, dor pra engolir por causa das lesões, mas tem alguns antivirais que a gente usa para o tratamento da varíola”.